segunda-feira, 19 de julho de 2010


A cura da incredulidade.
Então,os discípulos,aproximando-se de Jesus,perguntaram em particular:Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?
E Ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé.Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda,direis a este monte:Passa daqui para acolá, e ele passará.Nada vos será impossível.[Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum].Mateus 17.19-21
Quando os discípulos viram Jesus expulsar o espírito maligno do epiléptico,o qual "não puderam cura-lo",perguntaram ao Mestre por que haviam falhado. Ele lhes concedera"poder e autoridade sobre todos os demónios,e para efectuarem curas".Eles haviam muita vezes exercido aquele poder,e jubiloso contaram-lhe como os demónios se lhe submeteriam.E eis que agora, enquanto Ele estava no Monte,eles tinham sem dúvida fracassado.Havia sido provado que não havia nada na vontade de Deus ou na natureza do caso que pudesse tornar impossível a libertação daquele homem.Bastou uma ordem de Jesus, e o espírito maligno se foi.A partir da pergunta deles - "Por que não pudemos? _ fica evidente que os discípulos queriam e tentaram fazer o mesmo. Eles provavelmente usaram o Nome do Mestre e ordenaram ao espírito para que saísse. Seus esforços foram em vão, e, diante da multidão, foram envergonhados." Por que não pudemos? "
A resposta de Cristo foi direita e clara: "Por causa da pequenez da vossa fé".O motivo do sucesso de Cristo e a falha dos discípulos não era porque Jesus tinha um poder especial ao qual os discípulos não tinham acesso.Não, não era esse o motivo. Ele tantas vezes os ensinara sobre a existência de um poder - o poder da fé - ao qual, tanto no reino das trevas como no Reino de Deus, todos devem prostrar-se.
No mundo espiritual o fracasso só tem uma causa: falta de fé. Fé é única condição pela qual todo poder divino pode entrar no homem e operara por meio dele. É a suscetibilidade ao mundo invísivel. A vontade do homem rendida e moldada pela vontade de Deus. O poder que haviam recebido para expulsar demónios não lhes pertencia como um dom ou posse permanente. O poder estava em Cristo, para ser recebido, guardado e usado somente pela fé, a fé viva N"Ele mesmo. Já que haviam sido cheios de fé N"Ele como Senhor e vencedor no mundo espiritual, e já que haviam sido cheios de fé N"Ele e recebido autoridade para expulsar demónios em seu Nome a fé lhes daria a vitória. "Por causa da pequenez da vossa fé" foi, para todas as épocas, a explicação e repreensão do Mestre para a impotência e fracasso da sua igreja.
Mas essa falta de fé também pode ter uma causa. Os discípulos poderiam ter indagado: "Por que não pudemos crer? Nossa fé expulsou demónios antes disso. Por que agora falhamos em crer? O Mestre respondeu-lhes antes que fizessem a pergunta: "Mas esta casta não senão por meio de oração e jejum".A fé é o mais simples, e também o mais sublime, exercício da vida espiritual, por meio do qual nosso espírito, em perfeita harmonia com o Espírito de Deus, se fortalece para exercer sua mais sublime actividade. A fé somente pode subsistir alimentando-se do que é divino, do proprio Deus.
É pela adoração reverente a Deus, esperando N"Ele e por Ele, com profundo silêncio de alma que se rende para que Deus se revele, que a capacidade de conhecer e confiar na vontade de Deus será desenvolvida. É quando lemos Sua Palavra no bendito livro, apresentando-a diante D"Ele, pedindo-lhe que a vivifique para nós com sua voz viva e amorosa, que Seu poder virá em plenitude para cremos nela e a recebermos como a palavra específica de Deus para nós. É pela oração,em contacto vivo com Deus, que a fé, o poder para confiar em Deus ( e por essa confiança aceitar tudo que Ele diz, aceitar cada possibilidade que Ele oferece para crescimento de nossa fé),se fortalecerá em nós. Muitos cristãos não conseguem formular nenhum conceito nem sentem a necessidade de passar horas com Deus. Mas o que o Mestre diz, a experiência de seu povo confirma: homens de muita fé são homens de muita oração.
Isso nos leva novamente à lição que aprendemos quando Jesus, antes de dizer para crermos que recebemos o que pedimos, disse: " Tende fé em Deus". É Deus, o Deus vivo, em quem nossa fé precisa ter raízes profundas e fortes. Então ela será grande para remover montanhas e expulsar demónios. "Se tiverdes fé, nada vos será impossível".
Ó, se nos entregássemos para fazer a obra que Deus tem para nós neste mundo, entrando em comunhão com as montanhas e demónios que precisam ser lançados e expulsos, depressa compreenderíamos a necessidade que existe de muita fé, e de muita oração, como o único solo em que a fé pode ser cultivada.
E oração precisa de jejum para seu pleno conhecimento. Essa é a segunda lição. A oração é a mão que segura o invisível e o jejum é a mão que esquece e expulsa o visível. Nada deixa o homem mais intimamente ligado com o mundo dos sentidos do que sua necessidade de comida e seu prazer nisso. Foi com o fruto, agradável aos olhos, que o homem foi tentado no Paraíso. Foi com o pão que seria feito em das pedras que Jesus, quando faminto, foi tentado no deserto. Foi pelo jejum que Ele obteve vitória. O corpo e no espírito, dizem as Escrituras de ter temor, pois existem muitos cristãos para quem esse comer para a Glória de Deus ainda não se tornou uma realidade espiritual. E o primeiro pensamento sugerido pelas palavras de Jesus sobre jejum e oração é que somente através de uma vida de moderação e temperança e de auto negação é que o coração será fortalecido para orar muito.
Mas há também o sentido literal. Dor e ansiedade não podem comer. A alegria celebra suas festas com comida e bebida. Pode haver tempo de desejo intenso, quando se sente como o corpo, com seus apetites, mesmo que sejam legítimos, ainda atrapalha o espírito em sua batalha contra o poder das trevas, e sente-se a necessidade de subjugá-lo. Somos criaturas de sentimentos. Nossa mente é ajudada pelo que vem a nós incorporado de forma concreta. O jejum ajuda a expressar, a aprofundar, a confirmar a resolução de que estamos prontos para sacrificar algo, sacrificar a nós mesmos, para obter o que buscamos para o Reino de Deus. E Aquele que aceitou o jejum e o sacrifício do Filho sabe avaliar, aceitar e recompensar com poder espiritual a alma que também está pronta para render tudo para Cristo e para Seu Reino.
E ainda há uma aplicação mais ampla. A oração é a busca de Deus e do invisível. Jejum é a libertação de tudo que é visível e transitório. Enquanto a maioria dos cristãos imagina que tudo que não é determinante mente proibido e pecaminoso é perfeitamente legítimo, e busca reter o que for possível deste mundo, suas propriedades, literatura, os prazeres, a alma verdadeiramente consagrada é como o soldado que leva somente o que é necessário para a batalha. Deixando de lado todo embaraço, e o pecado que tão de perto o rodeia, com medo de se envolver com os negócios dessa vida, ele busca viver uma vida de nazireu, como alguém especialmente separado para o Senhor e a sua obra. Sem essa separação voluntária, mesmo das coisas que são lícitas, ninguém obterá poder na oração: esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.
Discípulos de Jesus, que pediram ao Mestre que os ensinasse a orar, venham agora e aceitem Seus Ensinamentos!
Ele nos diz que a oração é o caminho para a fé, a fé forte, que pode expulsar demónios. Ele nos diz: " Se tiverdes fé, nada vos será impossível". Que essa gloriosa promessa o encoraje a orar muito. Não vale a pena pagar o preço pelo prémio? Não abriremos mão de tudo para seguir Jesus no caminho que se abre para nós aqui? Não iremos, se necessário for, jejuar?
Não faremos qualquer coisa para que nem nosso corpo nem o mundo ao redor nos impeçam de realizar a grande obra de nossa vida - tendo comunhão com Deus em oração - para que nos tornemos pessoas de fé, as quais Ele pode usar na Sua obra de salvar o mundo?
"Senhor, ensina-nos a orar".
Ó Senhor Jesus! Quantas vezes tu tens de nos repreender por nossa incredulidade? Como deve ser estranha para Ti a nossa terrível incapacidade de confiar em nosso Pai e em Suas promessas! Que Tua repreensão, "por causa da pequenez da nossa fé", cale profundamente em nosso coração e nos revele o quanto somos culpados pelo pecado e sofrimento ao nosso redor. E então ensina-nos, Bendito Senhor, que existe um lugar onde fé pode ser aprendida e obtida - em oração e jejum que nos leva a uma comunhão viva e Eterna Contigo e com o Pai.
Ó Salvador! Tu és o Autor e o consumador da nossa fé. Ensina-nos o que significa deixar que Tu vivas em nós pelo Santo Espírito. Senhor! nossos esforços e orações por graça para crer tem sido tão inúteis. E bem sabemos o motivo.
Buscamos forças em nós mesmos e não em Ti. Santo Jesus! Finalmente, ensina-nos o mistério de Tua Vida em nós e como Tu, pelo teu Espírito nos ajuda a viver a vida de fé, dando-nos a garantia de que nossa fé não falhará. Ó, que nossa fé seja tão somente parte dessa maravilhosa vida de oração que Tu dás àqueles que esperam Teu treinamento para o ministério da intercessão, não em palavras e pensamento somente, mas na Santa Unção que Tu dás, no batismo do Espírito de tua própria vida. E ensina-nos como, em jejum e oração, podemos crescer na fé de de que tudo é possível. Amém.
"Com Cristo na escola de oração".
Andrew Murray.
Reescrito por: Marcos Biazoli.

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